Sobrevivência Mortal

Nome: Sobrevivência Mortal
Título Original: Survivor in Death
Autora: J.D Robb
Série: Mortal
Editora: Bertrand
Livro: Skoob | Orelha de Livro
Sinopse:

Em Sobrevivência Mortal, a valente tenente Eve Dallas se vê diante de assassinos que agem de forma fria e meticulosa e usam recursos militares precisos e cruéis para exterminar uma família inteira. Mas uma menina de nove anos sobrevive ao massacre. A missão de Eve Dallas e sua equipe investigativa é proteger a sobrevivente e, ao mesmo tempo, descobrir quem são as pessoas que assassinaram a família.
ATENÇÃO: PODE CONTER SPOILERS DOS LIVROS ANTERIORES DA SÉRIE MORTAL

Antes de ler a resenha, você deve saber que a série Mortal é meu bebê. Fui praticamente "introduzida" à literatura por Nora Roberts, por mais que hoje em dia seus romances não façam muito meu estilo, e os livros da série Mortal, que ela escreveu com o pseudônimo J.D. Robb, foram os primeiros policiais que li e me apaixonei. Logo, qualquer opinião que eu tenha sobre a série é completamente parcial, mas quando não é? Sobrevivência Mortal é o vigésimo livro da série publicado no Brasil, vigésimo-terceiro, na ordem correta. Mas a editora brasileira não publica os contos - nem Midnight in Death, que não é um conto e até hoje não sei porque raios não foi publicado aqui. Sim, vinte livros! Até agora foram publicados, nos Estados Unidos, 45 histórias desde 1995, contando tanto os livros quanto os contos, e não tem previsão de terminar, com uma média de dois ou três livros publicados por ano. Todos eles tem os mesmos personagens principais, a tenente Eve Dallas, da divisão de Homicídios, seu marido, Roarke, e seus colegas de trabalho, porém a cada livro é um caso diferente, porém ressalto que é importante ler os livros na ordem certa, porque todos eles tem um foco muito grande na vida pessoal dos personagens, que você não irá entender e poder apreciar o desenvolvimento deles se não ler tudo.
Em "Sobrevivência", uma família de classe média-alta, completamente normal e feliz, é assassinada enquanto dormia. Nixie Swisher, de nove anos, acordou durante a madrugada com vontade de tomar refrigerante e, sabendo que a mãe não deixaria se soubesse, desceu escondida até a cozinha, assim passando despercebida pelos assassinos, que não estranharam ela não estar na cama, pois sua amiga estava passando a noite com ela. Agora, além de descobrir os responsáveis pelo crime, o qual parece ter sido executado por profissinais, Eve também deve proteger a única testemunha, levando-a para sua própria casa. Eu já li todos os livros da série Mortal em inglês e tinha prometido para mim mesma que só iria reler ano que vem as traduções, porque já estou atrasada na minha meta e reler não conta; MAS quando eu percebi que o próximo a ser lançado aqui ia ser Sobrevivência, eu não resisti e acabei comprando e lendo de novo, simplesmente porque é um dos meus preferidos da série (FYI, o meu preferido é "Conspiração", seguido por "Innocent" - ainda não publicado no Brasil - e "Sobrevivência").
O caso, em si, não é tão "mindfuck" quanto alguns outros, o motivo é interessante, mas peca em uma das minhas partes preferidas de livros policias de "Adivinhe o assassino!". Achei que o final ficou um pouco corrido para ser resolvido, provavelmente porque ela não queria que o livro ficasse grande demais, mas como minhas partes preferidas nunca são as de ação, não me incomodei muito. O que eu realmente amei foram as interações, que em geral são minha parte preferida dos livros. O lado positivo de se ter uma série tão grande, é que realmente podemos entender e conhecer os personagens, eu sinto como se fosse amiga de anos deles, literalmente! Eu juro que poderia ler um livro sem caso policial nenhum, só com a Eve conversando com as pessoas - não só com o Roarke, mas também com a Peabody (<3), Feeney, McNab, Mavis, Baxter, Dra. Mira e, até mesmo, Summerset. De qualquer forma, nessa livro em especial, nós temos Nixie, que é um amor e está super traumatizada, como é de se esperar, ela se apega muito à Dallas, pois foi ela quem a achou, e, para facilitar as coisas e aproveitando que sua casa é provavelmente a mais segura de Nova York, ela abriga Nixie em sua própria casa, até que ela esteja segura o suficiente para ir para uma família adotiva.
Quem lê a série Mortal, sabe que Eve não é a melhor pessoa para cuidar de crianças, então as cenas entre elas são sempre divertidas de se ler. Mas, como também se é esperado, diversas partes da narrativa me deixaram em lágrimas. Por mais que não seja tão parecido com o que ela passou, o caso desperta lembranças sobre a infância de Eve, o que deixa o assunto muito mais pessoal para ela, e também faz tanto a tenente quanto Roarke, refletirem sobre seus passados e tudo o que eles não tiveram, mas Nixie teve e foi roubado dela.
Nem tudo são flores na série, não é nenhuma obra literária e posso passar o dia citando frases problemáticas, misoginísticas e um pouco homofóbicas que eu encontrei. Acho Roarke, como personagem, completamente idealizado e simplesmente "muito fácil", toda a história foi construída para facilitar o trabalho da escritora. Afinal, é só colocar 50 anos no futuro, e então podemos inventar tecnologia que facilite todo o trabalho, e então colocamos um protagonista que não seja simplesmente lindo, mas também O mais rico do mundo, muito bom em hackear e hábil em invadir lugares. Muito conveniente. Além disso, a falta de diversidade é irritante, vamos lá, isso é Nova York em 2060, não Texas em 1950. Sério, posso contar nos dedos quantos personagens não são hétero, e nenhum deles é recorrente!, tenho quase certeza que não teve absolutamente nenhum personagem trans*, e, ainda por cima, quase todos os personagens são brancos. Em 45 livros! Mas eu comecei a ler essa série aos 13/14 anos e quando vi já era tarde demais, eu estava viciada. Ainda sim, recomendo para todos lerem.
Nota: 5

Sobre mim: Flávia Crossetti, 18 anos, carioca. Estudante de Psicologia, leitora compulsiva, viciada em séries, escritora de fanfic e feminista nos tempos vagos.

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