Baía da Esperança

Título: Baía da Esperança
Título Original: Silver Bay
Autora: Jojo Moyes
Editora: Intrínseca
Ano:2016
Páginas: 301
Tradução: Vera Ribeiro
Livro: Skoob
Sinopse:

Liza nunca conseguiu fugir do passado. Mas nas praias paradisíacas da encantadora comunidade de Silver Bay ela ao menos encontrou a liberdade e a segurança que procurava se não para ela, para sua filha pequena, Hannah, até que Mike Dormer se hospeda no hotel que Liza administra com a tia.
Um perfeito cavalheiro inglês, com roupas elegantes e olhar sério, Mike pode significar o fim de tudo que Liza trabalhou arduamente para proteger: não apenas o negócio da família e o lugar que tanto gosta, mas principalmente a convicção de que ela nunca amaria nem seria digna de amor outra vez.

Mais um livro da Jojo Moyes, e mais uma decepção.

Vou explicar o porquê.

Mike Dormer é um empresário que sai em viagem com planos de encontrar um lugar disponível para a construção de um hotel. Seu chefe adoentado contava com ele para isso, ao mesmo tempo em que a filha dele, noiva de Mike, conta com a volta rápida dele para ajudar nas preparações do casamento.

Mike acaba por se hospedar no hotel Baía da Esperança em Silver Bay, uma região com poucos moradores e muitos turistas. O hotel tem característica de caseiro, algo bem familiar, nada luxuoso do estilo que sua empresa pretendia montar. Nos primeiros dias, Mike se sente desestabilizado; tudo é muito diferente. O modo que as pessoas se vestem, a relação entre elas, e principalmente o amor evidente pelos animais.

Silver Bay é conhecida por sua grande atração turística, os golfinhos e as baleias. A família de Kathleen, dona do hotel, coordena a área há muito tempo. Construíram um museu desses animais aquáticos, e a própria Kathleen era conhecida por bater o record de capturar um tubarão quando era jovem.

No hotel, Mike conhece Lisa, a sobrinha de Kathleen, e Hannah, sua filhinha graciosa. Lisa é uma das guias dos barcos, e por isso regularmente o hotel está cheio dos outros poucos guias. Lisa é completamente fechada, seu olhar duro, a expressão de alguém que sofreu e perdeu o dom de confiar nas pessoas, e é exatamente isso. Lisa tem um passado obscuro, tanto que se abrigou no hotel justamente pra fugir. Do que, de quem? Ninguém além de Kathleen sabe. A dor de Lisa é tamanha que ela demorou a se restabelecer e prosseguir com a vida. A luz do seu dia é Hannah, sempre alegre e animada apesar de tudo o que passaram.

Com o passar do tempo, Mike se vê prolongando sua estadia mais por conta dos habitantes daquela comunidade do que pela pesquisa acerca do seu trabalho em si. Aquilo ficara em segundo plano; tudo o que lhe importava era a felicidade daquelas pessoas e o carinho e preocupação que elas tinham com as baleias. E Lisa era como um desafio para ele, cada vez mais instigante.

Mas nem tudo são flores, e uma hora os projetos de Mike são revelados.

Acho que todos nós, que trabalhávamos nos barcos, éramos um pouco assim. Sabíamos que era a melhor parte: só nós e aquelas criaturas, no silêncio do mar.

O que posso dizer desse livro é: Intenso. Intensamente intenso, o que o torna cansativo. Já percebi que a Jojo não gosta de escrever meia-histórias. Ela gosta de contar tudo. É aquele passageiro que senta ao seu lado no ônibus e conta a história de vida deles. E eu sou aquela que quer colocar o fone de ouvido e ignorar metade do que ele está falando.

Com profundidade, Jojo detalha os gostos de seus personagens, situações pelas quais passaram, e pensamentos minuciosos. Eu adorei a parte das baleias, nunca havia lido a fundo sobre o assunto e essa característica da autora foi uma vantagem. Aprendi bastante sobre esses animais, e me comovi igualmente. É realmente a parte que considerei mais interessante e bem desenvolvida. De resto, pode ser considerado mais do mesmo. Personagens com passados tenebrosos e questões pendentes, que precisam de alguém para vir salvá-los daquela tempestade. Gostei de Mike, um cara sensato e de bom coração, mas a atração pela Lisa não me convenceu. Ele e Greg disputam por ela, talvez por ser misteriosa, mas não consegui mesmo engolir. A Lisa, então, tinha umas atitudes sem noção, e achei o final muito fácil. Como se a autora estivesse cansada de escrever e resolveu apressar as coisas. Um livro inteiro repleto de fatos sobre tudo e mais um pouco, pra de repente, fim.

Poucos felizardos sabem desde cedo qual é seu propósito na vida. Reconhecem neles mesmos uma vocação, seja para a religião, a arte a narração de histórias ou para matar vacas sagradas. Finalmente descobri meu propósito na vida num amanhecer claro de início de primavera australiana, quando uma menina de onze anos segurou minha mão e me confiou um segredo.

Os capítulos são intercalados entre Kathleen, Mike, Lisa, Greg e Hannah em terceira pessoa. A história não é ruim, não mesmo, só que ela alimenta muito nossa expectativa e é tarde demais quando percebemos que não vai dar em nada excepcional.

Nota: 3

Sobre mim: Carolina Rodrigues, 21 anos, mora em Santos e cursa faculdade de Biomedicina. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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