O Coração da Esfinge

Título: O Coração da Esfinge
Título Original: Recreated
Autora: Colleen Houck
Série: Deuses do Egito - #2
Editora: Arqueiro
Ano: 2016
Páginas: 368
Tradução: Alves Calado
Livro: Skoob
Sinopse:

Lily Young achou que viajar pelo mundo com um príncipe egípcio tinha sido sua maior aventura. Mas a grande jornada de sua vida ainda está para começar.
Depois que Amon e Lily se separaram de maneira trágica, ele se transportou para o mundo dos mortos – aquilo que os mortais chamam de inferno. Atormentado pela perda de seu grande e único amor, ele prefere viver em agonia a recorrer à energia vital dela mais uma vez.
Arrasada, Lily vai se refugiar na fazenda da avó. Mesmo em outra dimensão, ela ainda consegue sentir a dor de Amon, e nunca deixa de sonhar com o sofrimento infinito de seu amado. Isso porque, antes de partir, Amon deu uma coisa muito especial a ela: um amuleto que os conecta, mesmo em mundos opostos.
Com a ajuda do deus da mumificação, Lily vai descobrir que deve usar esse objeto para libertar o príncipe egípcio e salvar seus reinos da escuridão e do caos. Resta saber se ela estará pronta para fazer o que for preciso.
Nesta sequência de O Despertar do Príncipe, o lado mais sombrio e secreto da mitologia egípcia é explorado com um romance apaixonante, cenas de tirar o fôlego e reviravoltas assombrosas.

Série A Maldição do Tigre:
1. A Maldição do Tigre
2. O Resgate do Tigre
3. O Destino do Tigre
3. A Viagem do Tigre
4. A Promessa do Tigre

Série Deuses do Egito:
1. O Despertar do Príncipe
2. O Coração da Esfinge


Inspira.

Expira.

Inspira.

Qual é o seu problema em gostar de uma pessoa só, Colleen?

Olha, eu não gosto de ser do contra. Li três resenhas de O Coração da Esfinge e todas deram cinco estrelas, repletas de elogio. Eu realmente não gosto de ser a chata que só vê defeito, mas gosto menos ainda de fingir algo que não senti. O que eu senti, na verdade, foi muita raiva. Eu precisei de muito auto-controle pra fazer essa resenha. Não significa que você vá se sentir da mesma forma *estou no modo overeacting, i know*, mas espero que compreendam meu ponto de vista.

- O amor é fugaz. É uma fagulha breve que explode no céu, derrama-se numa cascata de glória e logo é apagada na escuridão do espaço. Não é uma coisa pela qual valha a pena arriscar o Cosmo.

Depois de vivenciar momentos e aventuras que jamais imaginou na companhia de um dos Filhos do Egito, Lily se encontra sozinha. A missão dos três irmãos foi concluída e agora Amon não pode mais ficar ao seu lado. Um bom tempo se passa, e o pensamento de Lily ainda está no amado. Ela entra pra faculdade, continua a obedecer aos pais sem pestanejar, e decide viajar para a casa da avó, que não via há anos.

Se Lily pensou que seus dias se loucura haviam terminado, ela estava completamente enganada. Numa noite, Anúbis aparece pedindo sua ajuda. Lily precisa salvar Amon, trazê-lo de volta do além, senão o caos reinaria nas mãos de Seth.

Mesmo confusa e tendo consciência de todos os riscos que correria aceitando a proposta, Lily faria absolutamente qualquer coisa para ter Amon de volta. Só que o caminho até o além não é nada fácil. Ela precisará passar por testes que comprovem sua aptidão para aquela tarefa, assim como seu coração e atitudes também serão pesados. Se conseguir, a única forma de Lily entrar no mundo dos mortos é se tornando uma esfinge. Será que as intenções de Lily são puras o suficiente para conseguir ir ao além? Será que os deuses permitirão isso?

Num relacionamento normal eu só precisaria emprestar algum dinheiro ao cara, dar uma carona ou ajudar com o dever de casa quando ele se encrencasse. Com Amon eu precisava voar com deusas, me defender de avanços amorosos de divindades e ser caçada por superferas. Mesmo assim, eu sabia, no fundo do coração, que arriscaria qualquer coisa por ele. A chance de estar de novo com Amon valia cada sacrifício que me pediam.

Colleen Houck é autora da série A Maldição do Tigre. Na época, eu me apaixonei perdidamente pelo primeiro volume. O segundo me deixou intrigada quando Kelsey começou a se envolver romanticamente com o irmão do namorado, e o terceiro me deixou furiosa. Ainda assim, como já estava na dança e não costumo abandonar livros/séries, fui até o fim. Colleen tinha uma premissa maravilhosa em mãos e soube aproveitá-la com maestria no quesito de pano de fundo. O tema e o segredo acerca dos tigres foram construídos de forma genial, uma história cheia de lendas que abraçava fácil o leitor. No entanto, a série peca no triângulo amoroso. Eu, particularmente, não aprovo triângulos amorosos. Isso é uma coisa minha. Outras pessoas podem não se incomodar. Mas tudo bem, até aí eu relevei.

Então soube do lançamento de O Despertar do Príncipe e achei a sinopse o máximo. Adoro mitologia e conhecia pouco da egípcia. Me senti quase lendo algo do tio Rick Riordan em certas partes; a elucidação da mitologia, sua origem, seus acontecimentos. Para os fãs de mitologia, esses são livros prazerosos. Nós somos os alunos cursando mitologia e aprendendo mais a cada página. No caso da Colleen, seus deuses não são cômicos como os do Rick, mas também senti semelhança entre todos, exceto por Maat e Seth. São em sua maioria bondosos e pacíficos.

Não tenho como comentar muito sobre a história para não soltar spoilers, então vou direto ao meu nervoso. Minha gente. Lily conseguiu superar a Kelsey. Tá de parabéns, amiga.

No caminho até Amon, Lily se atrai por quatro caras e beija dois deles. Não to brincando. Existe um motivo para que eles se sintam atraídos por ela, isso é verdade. O escaravelho que ela carrega consigo que faz com que todos os imortais tenham aquela reação. E a Lily deve pensar que ta bombando pra resolver gostar de todo mundo de volta. Sério, ela podia MUITO ter evitado todas essas aproximações. Mas ela simplesmente não quis. Não fez nem um esforcinho. Ela até se pergunta se era errado fazer isso com Amon, mas oras, sentimentos mudam. O cara tava sofrendo, morrendo de exaustão, um cara que até DEU O CORAÇÃO DELE pra ela, mas ah, de boa, tranqüilo e favorável, to podendo mesmo então vou pegar geral.

Chega um momento no livro em que ela nem mesmo lembra da existência do coitado do Amon. Ela só quer aproveitar a pegação e é isso aí. Até porque o Amon é um corno conformado. Ele a ama incondicionalmente e nada vai mudar isso. Então ta, né? Bom pra ela. Liberou geral. Fiquei doída pelo Amon sim.



Talvez eu esteja de picuinha por não suportar triângulos amorosos. Pode ser. Mas a história acabou pra mim da metade pro fim. A Lily pode ser uma personagem corajosa, determinada, em alguns momentos insegura, uma personificação do ser humano, mas essa festa de amores não colou. O primeiro eu até achei legalzinho, afinal era um deslize, seu objetivo ainda era encontrar Amon e seu coração claramente batia por ele. Mas o resto... O resto virou clichê demais a la Colleen. Previsível demais pra quem já leu A Maldição do Tigre. E pior, inclusive! Não bastava dois, ela resolveu colocar quatro. Forçou demais a barra. É uma pena, porque eu realmente considero a história boa, mas pelo visto os triângulos são uma característica da escrita da autora. Ela gosta disso e deve escrever sobre o que gosta, é claro. Os incomodados que se mudem. Eu ficaria feliz se ela mudasse um pouco, pelo menos uma vez, essa estratégia, mas tudo bem. Um dia alguém me conta com quem ela terminou. Já imagino com quem seja, mas a Lily sempre pode dar uma de Elena Gilbert, né?

Para quem não sente vontade de estapear a personagem e de tacar o livro longe ao se deparar com triângulos amorosos, recomendo bastante. A escrita da Colleen é leve e detalhada, situa o leitor com facilidade, faz com que você se sinta batalhando com as criaturas e vencendo obstáculos. Junto de Lily, sua leoa e seus filhos do Egito, você vai embarcar numa aventura repleta de emoção e desafios.

Nota: 3

Sobre mim: Carolina Rodrigues, 21 anos, mora em Santos e cursa faculdade de Biomedicina. Adora dançar e ir pra praia, mas o que a faz realmente feliz é poder passar um dia inteiro lendo, vendo séries, escrevendo histórias ou ouvindo música.

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