A Poção Secreta


Título Original: The Potion Diaries
Título Traduzido: A Poção Secreta
Autora: Amy Alward
Série: Diário de uma Garota Alquimista
Editora: Jangada
Ano: 2017
Páginas: 368
Livro: Skoob | Amy Alward Site
Sinopse:

A Princesa do Reino de Nova toma acidentalmente uma poção do amor, e se apaixona por si mesma! Para encontrar o antídoto que possa curá-la, o rei mobiliza todos numa expedição chamada Caçada Selvagem. Competidores do mundo todo saem em busca dos mais raros ingredientes em florestas mágicas e montanhas geladas, enfrentando perigos e encarando a morte para encontrar a fórmula da poção secreta. Dentre eles, está Samantha, uma garota comum que herdou dos seus ancestrais alquimistas o talento para preparar poções. Esta pode ser a oportunidade para reerguer a decadente loja de poções da família, afinal o mundo todo estará acompanhando a Caçada nas mídias sociais. Será que ela conseguirá descobrir a cura e salvar a Princesa?



Samantha Kemi é uma comum, com o dom da alquimia herdado de seu avô, Ostanes Kemi, que já havia sido um nome muito reconhecido no Reino de Nova. Já sua irmãzinha, Molly, herdou o Talento de sua mãe. Ela trabalha na botica de sua família, organizando e aprendendo sobre poções como aprendiz de seu avô. No entanto, as coisas na loja não andam bem, desde que a empresa ZoroAster ganhou (roubando) a última Caçada Selvagem com suas poções de sintéticos.

No mundo criado por Amy Alward, a magia, alquimia e a tecnologia andam lado-a-lado, fazendo com que o leitor possa imaginar esse mundo mágico dentro do seu próprio. A única diferença, é que a cidade de Nova ainda vive na monarquia, possuindo seus reis e princesa. E, claro, com o aniversário da Princesa Evelyn chegando, o reino todo está animado para a maior festa que já se viu.

Porém, algo começa a dar errado quando uma Caçada Selvagem é chamada pelo Chifre mágico que solicita a presença de todos os alquimistas importantes quando a vida de alguém da família real corre perigo. E, dessa vez, é a Princesa Evelyn: ela fez uma poção do amor para seu melhor amigo, Zain, mas a tomou sem querer e se apaixonou por si mesma, causando um grande alvoroço, já que a poção do amor é proibida há muito tempo, pelo conhecimento de quão perigosa pode ser.

Aqui as coisas começam a ficar interessantes, visto que o livro intercala o ponto de vista em primeira pessoa de Sam com alguns capítulos de Evie, que não está apaixonada por si mesma como Narciso, mas sim pelo seu próprio reflexo, como se fosse uma segunda pessoa! Mas já com dezoito anos, a princesa possui muitos poderes mágicos e, ao ser tomada por esse amor intenso e de pouca reciprocidade, começa a ter surtos de raiva com seus empregados e pais que parecem querer separá-la de Lyn, a linda garota do espelho. E, nesses surtos, ela destrói tudo em seu caminho.

Com não apenas a vida de Evie em jogo, mas também de todo o reino, Sam é uma das alquimistas convocadas pela Caçada. Incluindo sua melhor amiga, Anita, cujo pai também possui uma pequena loja de poções naturais, também sendo esmagada pelas grandes empresas de sintéticos. Mesmo com seu avô, cheio de rancor da Família Real, sendo contra a participação dos Kemi dessa caçada, Sam e Kirsty, a amiga Coletora da família, se inscrevem para ajudar a salvar a princesa e a levantar a reputação dos Kemi.

Sam se vê, então, saindo pela primeira vez dos livros e laboratórios e se aventurando em selvas, florestas, e locais onde a magia é muito mais forte e instável. Para piorar, há Emília, irmã exilada do Rei, cheia de ódio, rancor, querendo vingança e roubar o trono de sua sobrinha. Ela também foi convocada para a Caçada, visto que estava estudando Alquimia - sendo assim, ela começa a se colocar no caminho de todas as equipes, para que ninguém consiga encontrar o Espelho da Poção, a Cura, para que a princesa volte ao normal.

Não posso imaginar por que alguém iria querer a poção do amor. Por que alguém iria querer passar por essa dor? Por que sofrer com isso voluntariamente? Pois, se existe uma coisa que a história já nos ensinou sobre poções do amor é que elas sempre, sempre!, terminam em tragédia.

O livro possui ação do início ao fim. É infanto-juvenil, sim. Com um pequeno romance de plano de fundo, mas o foco nas aventuras que a personagem passa para conseguir os ingredientes para sua poção; correndo contra o tempo, contra os competidores, e fugindo de Emília. Sam é uma personagem que se mostra muito forte, batendo de frente às crenças de sua família ainda tradicional, se envolvendo com perigos para conseguir fazer sua poção e arriscando a vida por outros.

A escrita de Amy é leve, gostosa e dá vontade de ler o livro sem parar - uma delícia para quem quer uma pausa dos livros de distopia mais pesados, por exemplo. Apesar de ser uma série (com o último livro da trilogia sendo lançado esse ano na Inglaterra), o livro possui um final fechado, não se tornando aquelas séries onde nós necessariamente temos que ler a continuação. Isso me deixou muito feliz!

A Jangada acertou em cheio em manter a capa original da Inglaterra, ao invés de adotar a utilizada nos EUA ou Canadá. Inclusive, a tradução do título e série ficou muito melhor que a adaptação desses dois países. Originalmente, o livro foi lançado apenas como "The Potion Diaries", mas os EUA lançaram como MADLY - Potion Trilogy Series #1 e uma capa meio dark. Nada legal. Aqui:


Há alguns erros de revisão - falta de palavras, coerência com plural, mas nada absurdo, nada que uma segunda edição não corrija. A diagramação está muito boa: página amarela, letras num tamanho bom e espaçadas, sem cansar os olhos. A única coisa que me chateou foi a finalização do livro, dá pra ver a cola em alguns momentos quando abrimos o livro e parece que está descolando.

Mas, de modo geral, a editora está de parabéns pela capa apaixonante, tradução ótima e o grande acerto no título e nome da série! Muito obrigada por nos proporcionar ótimos momentos com Sam em seu mundo cheio de Alquimia e Magia!

Sempre pensei que o legado dos Kemi era ficarmos presos ao passado, enraizados nos nossos antigos costumes. Ligados a nossas tradições, como se fossem hera-eluviana em torno de nossos corações. Mas e se isso não fosse verdade? E se ser um Kemi significasse ser reconhecido pelo progresso, pela inovação?

Próximos livros:


Nota: 4




Sobre mim: Letícia Proença (Leeh), dois patinhos na lagoa, estudante de Medicina Veterinária em Botucatu, até hoje não sabe como leva a graduação e a paixão por sites e livros lado a lado. Canceriana louca, gostaria de saber como aumentar as horas do dia para poder fazer tudo o que gosta.

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